Promovendo a interação étnica na educação infantil pela introdução da cultura corporal e música indígena.

Promovendo a interação étnica na educação infantil pela introdução da cultura corporal e música indígena.

“Em 2003, o UNICEF conclamou a sociedade e o governo brasileiro para a superação das iniquidades que usurpam as oportunidades de crianças e adolescentes. Um seminário nacional, com participação de mais de 300 pessoas, incluindo senadores da República, governadores e ministros de Estado,denunciou a exclusão de meninas e meninos por raça e etnia, por gênero, por situação de domicílio e renda familiar, e buscou caminhos para a promoção da riqueza cultural e social do País.” (site: UNICEF)


EDUCAÇÃO INFANTIL 

Coordenação: Patrícia Maria de Souza Santana (Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da UFMG.

“No período em que consideramos a educação infantil, isto é, em que a criança tem de zero a seis anos, é fundamental ficar atento ao tipo de afeto que recebe aos modos como significa as relações estabelecidas com e por ela. Desde o nascimento, as condições materiais e afetivas de cuidados são marcantes para desenvolvimento saudável da criança.” (SANTANA, pg 31)

“Seus conceitos e valores sobre a vida, o belo, o bom, o mal, o feio, entre outras coisas, começam a se constituir nesse período.” (SANTANA, pg 31)

“Promover a reflexão sobre a imagem de criança que dá suporte às práticas dos(as) educadores/as possibilita a compreensão das singularidades e potencialidades de cada criança, podendo contribuir para promover condições de igualdade.” (SANTANA, pg 32)

“as diferenças se manifestam no cotidiano e carecem de “leitura” (decodificações dessas manifestações) pela educadora, seja na relação criança – criança, adulto – criança, criança – família, criança – grupo social.” (SANTANA, pg 32)

“Manifestar-se contra as formas de discriminação é uma tarefa da educadora, que não deve se omitir diante das violações de direitos das crianças. Mobilizar-se para o cumprimento desses direitos é outra ação necessária. Essas atitudes são primordiais às educadoras que buscam realizar a tarefa de ensinar com responsabilidade e compromisso com suas crianças.” (SANTANA, pg 32)

“Longe estamos de garantir cobertura de atendimento em Educação Infantil para a grande maioria da população brasileira. De acordo com dados do Unicef, a população indígena e negra são os segmentos mais excluídos do acesso à educação na faixa etária dos zero aos seis anos.” (SANTANA, pg 33)

“As famílias eram “ensinadas” a adquirir posturas adequadas com relação às crianças, calcadas em valores rígidos embasados no cristianismo e nos valores morais burgueses.” (SANTANA, pg 34)

“...a escola e as instituições de caridade eram consideradas como um espaço de controle social...” (SANTANA, pg 34)

“Esta concepção baseada apenas no cuidado está vinculada à prática assistencialista que marcou as creches neste período e ainda se encontra presente em muitas instituições de Educação Infantil.” (SANTANA, pg 34 a 35)

“Tal visão compromete a perspectiva dos direitos das crianças, pois ao se restringir
a aspectos ligados aos cuidados, ficam desviadas as dimensões da socialização, da aprendizagem, da vivência cultural, privilegiadamente fundamentada na diversidade” (SANTANA, pg 35)

“As preocupações de caráter pedagógico e cognitivo estavam distantes dos objetivos dessas instituições que abrigavam crianças pequenas. Prevalecia igualmente a quase exclusiva preocupação com os cuidados: higiene, alimentação, sono, com rotinas rígidas.” (SANTANA, pg 35)

“Na perspectiva de que o Estado garanta esses direitos, a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) traz pela primeira vez a expressão educação infantil para designar o atendimento em creche e pré-escola, e traz a garantia constitucional do dever do Estado com esse atendimento etário...” (SANTANA, pg 36)

“No início da década de 90, o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990), considerada uma das leis mais avançadas do mundo no que se refere à proteção das crianças, aponta direitos que devem ser garantidos e respeitados por toda a sociedade...” (SANTANA, pg 36)

“A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) amplia ainda mais a esfera dos direitos, ao assumir que a Educação Infantil oferecida em creches e pré-escolas é parte integrante da educação básica, compreendida como a primeira etapa” (SANTANA, pg 36)

“As desigualdades nas trajetórias educacionais das crianças são demonstradas não só pelo tipo de atendimento, como também na forma como são avaliadas nessas instituições.” (SANTANA, pg 38)

“Chamamos a atenção para a importância de não realizar atividades isoladas ou descontextualizadas. É importante que a temática das relações étnicoraciais esteja contida nos projetos pedagógicos das instituições...” ( pg. 168)

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena

“Em termos percentuais, a situação de matrícula dos estudantes indígenas em 2010 é a seguinte:”



RELATORA: Rita Gomes do Nascimento

Educação Infantil
10,0%
Ensino Fundamental Total
77,5%
Anos iniciais 
(72,7%)

Anos finais    
(27,3%)

Ensino Médio
5,0%

Educação de Jovens e Adultos
7,5%

(NASCIMENTO, pg.11)
“A Educação Infantil é um direito dos povos indígenas que deve ser garantido e realizado com o compromisso de qualidade sociocultural e de respeito aos preceitos da educação diferenciada e específica. Sendo um direito, ela pode ser também uma opção de cada comunidade indígena que possui a prerrogativa de, ao avaliar suas funções e objetivos a partir de suas referências culturais, decidir pelo ingresso ou não de suas crianças na escola desde cedo.” (NASCIMENTO, pg.12)

“Para as famílias que necessitam, a Educação Infantil indígena deverá ser cuidadosamente planejada e avaliada no que se refere ao respeito aos conhecimentos, às culturas, às línguas, aos modelos de ensino e aprendizagem, dentre outros aspectos.” (NASCIMENTO, pg.12)

“...as propostas pedagógicas para os povos que optaram pela Educação Infantil devem:
a) proporcionar uma relação viva com os conhecimentos, crenças, valores, concepções de mundo e as memórias de seu povo; 
b) reafirmar a identidade étnica e a língua materna como elementos de constituição das crianças; 
c) dar continuidade à educação tradicional oferecida na família e articular-se às práticas socioculturais de educação e cuidado coletivos da comunidade; 
d)adequar calendário, agrupamentos etários e organização de tempos, atividades e ambientes de modo a atender às demandas de cada povo indígena”
(NASCIMENTO, pg.12)

“Art. 1º Esta Resolução define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica, oferecida em instituições próprias. 
Parágrafo único Estas Diretrizes Curriculares Nacionais estão pautadas pelos princípios da igualdade social, da diferença, da especificidade, do bilinguismo e da interculturalidade, fundamentos da Educação Escolar Indígena.” (NASCIMENTO, pg.35)

“Art. 8º A Educação Infantil, etapa educativa e de cuidados, é um direito dos povos indígenas que deve ser garantido e realizado com o compromisso de qualidade sociocultural e de respeito aos preceitos da educação diferenciada e específica.” (NASCIMENTO, pg.37)

“§ 3º As escolas indígenas que ofertam a Educação Infantil devem: 
I - promover a participação das famílias e dos sábios, especialistas nos conhecimentos tradicionais de cada comunidade, em todas as fases de implantação e desenvolvimento da Educação Infantil; 
II - definir em seus projetos político-pedagógicos em que língua ou línguas serão desenvolvidas as atividades escolares, de forma a oportunizar o uso das línguas indígenas; 
III - considerar as práticas de educar e de cuidar de cada comunidade indígena como parte fundamental da educação escolar das crianças de acordo com seus espaços e tempos socioculturais; 
IV - elaborar materiais didáticos específicos e de apoio pedagógico para a Educação Infantil, garantindo a incorporação de aspectos socioculturais indígenas significativos e contextualizados para a comunidade indígena de pertencimento da criança; 
V - reconhecer as atividades socioculturais desenvolvidas nos diversos espaços institucionais de convivência e sociabilidade de cada comunidade indígena – casas da cultura, casas da língua, centros comunitários, museus indígenas, casas da memória, bem como outros espaços tradicionais de formação – como atividades letivas, definidas nos projetos políticopedagógicos e nos calendários escolares. 
(NASCIMENTO, pg.37)

“§ 1º Os territórios etnoeducacionais objetivam promover o regime de colaboração para promoção e gestão da Educação Escolar Indígena, definindo as competências comuns e privativas da União, Estados, Municípios e do Distrito Federal, aprimorando os processos de gestão e de financiamento da Educação Escolar Indígena e garantindo a participação efetiva das comunidades indígenas interessadas.” (NASCIMENTO, pg.45)

“Art. 28 É responsabilidade do Estado brasileiro em relação à Educação Escolar Indígena o previsto no art. 208 da Constituição Federal de 1988, no art. 4º, inciso 9º, e no art. 5º, § 4º, da Lei nº 9.394/96 e nos dispositivos desta Resolução.” (NASCIMENTO, pg.46)

Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

“O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana. As crianças se movimentam desde que nascem, adquirindo cada vez maior controle sobre seu próprio corpo e se apropriando cada vez mais das possibilidades de interação com o mundo.”  (RCNEI vl.3 pg.15)

 “As maneiras de andar, correr, arremessar, saltar resultam das interações sociais e da relação dos homens com o meio; são movimentos cujos significados têm sido construídos em função das diferentes necessidades, interesses e possibilidades corporais humanas presentes nas diferentes culturas em diversas épocas da história.”  (RCNEI vl.3 pg.15)

“Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também se apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão inseridas.” (RCNEI vl.3 pg.15)

“O trabalho com movimento contempla a multiplicidade de funções e manifestações do ato motor, propiciando um amplo desenvolvimento de aspectos específicos da motricidade das crianças, abrangendo uma reflexão acerca das posturas corporais implicadas nas atividades cotidianas, bem como atividades voltadas para a ampliação da cultura corporal de cada criança.” (RCNEI vl.3 pg.15)

“É muito comum que, visando garantir uma atmosfera de ordem e de harmonia, algumas práticas educativas procurem simplesmente suprimir o movimento, impondo às crianças de diferentes idades rígidas restrições posturais.” (RCNEI vl.3 pg.17)

“Além do objetivo disciplinar apontado, a permanente exigência de contenção motora pode estar baseada na idéia de que o movimento impede a concentração e a atenção da criança...”  (RCNEI vl.3 pg.17)

“Essas práticas, ao permitirem certa mobilidade às crianças, podem até ser eficazes do ponto de vista da manutenção da “ordem”, mas limitam as possibilidades de expressão da criança e tolhem suas iniciativas próprias, ao enquadrar os gestos e deslocamentos a modelos predeterminados ou a momentos específicos.” (RCNEI vl.3 pg.17)

“É muito grande a influência que a cultura tem sobre o desenvolvimento da motricidade infantil, não só pelos diferentes significados que cada grupo atribui a gestos e expressões faciais, como também pelos diferentes movimentos aprendidos no manuseio de objetos específicos presentes na atividade cotidiana, como pás, lápis, bolas de gude, corda, estilingue etc.”  (RCNEI vl.3 pg.19)

“Os jogos, as brincadeiras, a dança e as práticas esportivas revelam, por seu lado, a cultura corporal de cada grupo social, constituindo-se em atividades privilegiadas nas quais o movimento é aprendido e significado.” (RCNEI vl.3 pg.19)

“Compreender o caráter lúdico e expressivo das manifestações da motricidade infantil poderá ajudar o professor a organizar melhor a sua prática, levando em conta as necessidades das crianças.” (RCNEI vl.3 pg.19)

Crianças de quatro a seis anos 

“Nessa faixa etária (…) Atos que exigem coordenação de vários segmentos motores e o ajuste a objetos específicos, como recortar, colar, encaixar pequenas peças etc., sofisticam-se.” (RCNEI vl.3 pg.24)

“Gradativamente, o movimento começa a submeter-se ao controle voluntário, o que se reflete na capacidade de planejar e antecipar ações — ou seja, de pensar antes de agir...” (RCNEI vl.3 pg.24)

“As práticas culturais predominantes e as possibilidades de exploração oferecidas pelo meio no qual a criança vive permitem que ela desenvolva capacidades e construa repertórios próprios...” (RCNEI vl.3 pg.24)

“Uma criança que vive à beira de um rio utilizado, por exemplo, como forma de lazer pela comunidade provavelmente aprenderá a nadar (…) Habilidades de subir em árvores, escalar alturas, pular distâncias, certamente serão mais fáceis para crianças criadas em locais próximos à natureza, ou que tenham acesso a parques ou praças”  (RCNEI vl.3 pg.24 a 25)




Objetivos:

• ampliar as possibilidades expressivas do próprio movimento, utilizando gestos diversos e o ritmo corporal nas suas brincadeiras, danças, jogos e demais situações de interação; 
• explorar diferentes qualidades e dinâmicas do movimento, como força, velocidade, resistência e flexibilidade, conhecendo gradativamente os limites e as potencialidades de seu corpo; 
• controlar gradualmente o próprio movimento, aperfeiçoando seus recursos de deslocamento e ajustando suas habilidades motoras para utilização em jogos, brincadeiras, danças e demais situações; 
• utilizar os movimentos de preensão, encaixe, lançamento etc., para ampliar suas possibilidades de manuseio dos diferentes materiais e objetos;
 • apropriar-se progressivamente da imagem global de seu corpo, conhecendo e identificando seus segmentos e elementos e desenvolvendo cada vez mais uma atitude de interesse e cuidado com o próprio corpo.  (RCNEI vl.3 pg.27)

CONTEÚDOS 

“A organização dos conteúdos para o trabalho com movimento deverá respeitar as diferentes capacidades das crianças em cada faixa etária, bem como as diversas culturas corporais presentes nas muitas regiões do país.” (RCNEI vl.3 pg.28)

“Representar experiências observadas e vividas por meio do movimento pode se transformar numa atividade bastante divertida e significativa para as crianças. Derreter como um sorvete, flutuar como um floco de algodão, balançar como as folhas de uma árvore, correr como um rio, voar como uma gaivota, cair como um raio etc., são exercícios de imaginação e criatividade que reiteram a importância do movimento para expressar e comunicar idéias e emoções. (RCNEI vl.3 pg.33 a 34)

“No Brasil existem inúmeras danças, folguedos, brincadeiras de roda e cirandas que, além do caráter de socialização que representam, trazem para a criança a possibilidade de realização de movimentos de diferentes qualidades expressivas e rítmicas.” (RCNEI vl.3 pg.34)

“• Participação em brincadeiras e jogos que envolvam correr, subir, descer, escorregar, pendurar-se, movimentar-se, dançar etc., para ampliar gradualmente o conhecimento e controle sobre o corpo e o movimento. 

• Utilização dos recursos de deslocamento e das habilidades de força, velocidade, resistência e flexibilidade nos jogos e brincadeiras dos quais participa. • Valorização de suas conquistas corporais. 
• Manipulação de materiais, objetos e brinquedos diversos para aperfeiçoamento de suas habilidades manuais.”  (RCNEI vl.3 pg.36)

“podem ser realizados projetos que integrem vários conhecimentos ligados ao movimento. A apresentação de uma dança tradicional, por exemplo, pode-se constituir em um interessante projeto para as crianças maiores, quando necessitam: 
• pesquisar diferentes danças tradicionais brasileiras para selecionar aquela que mais interessar às crianças; 
• informar-se sobre a origem e história da dança selecionada; • desenvolver recursos expressivos e aprender os passos para a dança;
 • confeccionar as roupas necessárias para a apresentação; 
• planejar a apresentação, confeccionando cartazes, convites etc.”  (RCNEI vl.3 pg.39 a 40)

Observação, registro e avaliação formativa

 “Para que se tenha condições reais de avaliar se uma criança está ou não desenvolvendo uma motricidade saudável, faz-se necessário refletir sobre o ambiente da instituição e o trabalho ali desenvolvido: ele é suficientemente desafiador? Será que as crianças não ficam muito tempo sentadas, sem oportunidades de exercitar outras posturas? As atividades oferecidas propiciam situações de interação?” (RCNEI vl.3 40)

“A avaliação do movimento deve ser contínua, levando em consideração os processos vivenciados pelas crianças, resultado de um trabalho intencional do professor” (RCNEI vl.3 40)

“A observação cuidadosa sobre cada criança e sobre o grupo fornece elementos que podem auxiliar na construção de uma prática que considere o corpo e o movimento das crianças.”  (RCNEI vl.3 40)

“Devem ser documentados os aspectos referentes a expressividade do movimento e sua dimensão instrumental. É recomendável que o professor atualize, sistematicamente, suas observações, documentando mudanças e conquistas.” (RCNEI vl.3 40)

“São consideradas como experiências prioritárias para a aprendizagem do movimento (…) A partir dos quatro e até os seis anos, uma vez que tenham tido muitas oportunidades, na instituição de educação infantil, de vivenciar experiências envolvendo o movimento, pode-se esperar que as crianças o reconheçam e o utilizem como linguagem expressiva e participem de jogos e brincadeiras envolvendo habilidades motoras diversas.” (RCNEI vl.3 40 a 41)

“É importante informar sempre as crianças acerca de suas competências. Desde pequenas, a valorização de seu esforço e comentários a respeito de como estão construindo e se apropriando desse conhecimento são atitudes que as encorajam e situam com relação à própria aprendizagem. É sempre bom lembrar que seu empenho e suas conquistas devem ser valorizados em função de seus progressos e do próprio esforço, evitando colocá-las em situações de comparação.”  (RCNEI vl.3 41)

MÚSICA

“A música está presente em todas as culturas, nas mais diversas situações: festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas etc. Faz parte da educação desde há muito tempo, sendo que, já na Grécia antiga, era considerada como fundamental para a formação dos futuros cidadãos, ao lado da matemática e da filosofia.” (RCNEI vl.3 45)

“A música está presente em diversas situações da vida humana (…) Presente na vida diária de alguns povos, ainda hoje é tocada e dançada por todos, seguindo costumes que respeitam as festividades e os momentos próprios a cada manifestação musical.  (RCNEI vl.3 47)

“Aprender música significa integrar experiências que envolvem a vivência, a percepção e a reflexão, encaminhando-as para níveis cada vez mais elaborados.” (RCNEI vl.3 48)

“...a linguagem musical tem estrutura e características próprias, devendo ser considerada como:
• produção — centrada na experimentação e na imitação, tendo como produtos musicais13 a interpretação, a improvisação e a composição; 
• apreciação — percepção tanto dos sons e silêncios quanto das estruturas e organizações musicais, buscando desenvolver, por meio do prazer da escuta, a capacidade de observação, análise e reconhecimento; 
• reflexão — sobre questões referentes à organização, criação, produtos e produtores musicais.”  (RCNEI vl.3 48) 

“A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da auto-estima e autoconhecimento, além de poderoso meio de integração social.”  (RCNEI vl.3 49)

“• perceber e expressar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio de improvisações, composições e interpretações musicais.” (RCNEI vl.3 55)

“• a reflexão sobre a música como produto cultural do ser humano é importante forma de conhecer e representar o mundo.” (RCNEI vl.3 57)

“• Participação em jogos e brincadeiras que envolvam a dança e/ ou a improvisação musical. • Repertório de canções para desenvolver memória musical.” (RCNEI vl.3 59)

“O gesto e o movimento corporal estão intimamente ligados e conectados ao trabalho musical. A realização musical implica tanto em gesto como em movimento, porque o som é, também, gesto e movimento vibratório, e o corpo traduz em movimento os diferentes sons que percebe.” (RCNEI vl.3 61)

 “• Escuta de obras musicais de diversos gêneros, estilos, épocas e culturas, da produção musical brasileira e de outros povos e países. • Reconhecimento de elementos musicais básicos: frases, partes, elementos que se repetem etc. (a forma). • Informações sobre as obras ouvidas e sobre seus compositores para iniciar seus conhecimentos sobre a produção musical.”  (RCNEI vl.3 64)

“Há que se tomar cuidado para não limitar o contato das crianças com o repertório dito “infantil” que é, muitas vezes, estereotipado e, não raro, o mais inadequado. As canções infantis veiculadas pela mídia, produzidas pela indústria cultural, pouco enriquecem o conhecimento das crianças.” (RCNEI vl.3 65)

“A produção musical de cada região do país é muito rica, de modo que se pode encontrar vasto material para o desenvolvimento do trabalho com as crianças. Nos grandes centros urbanos, a música tradicional popular vem perdendo sua força e cabe aos professores resgatar e aproximar as crianças dos valores musicais de sua cultura.” (RCNEI vl.3 65)

“Para as crianças nesta faixa etária, os conteúdos relacionados ao fazer musical deverão ser trabalhados em situações lúdicas, fazendo parte do contexto global das atividades.” (RCNEI vl.3 66)

“Integrar a música à educação infantil implica que o professor deva assumir uma postura de disponibilidade em relação a essa linguagem.”  (RCNEI vl.3 67)

“Para viabilizar o projeto de construção de instrumentos com as crianças, o material a ser utilizado pode ser organizado de forma a facilitar uma produção criativa e interessante. Para isso é importante selecionar e colocar à disposição das crianças: sucatas e materiais recicláveis que devem estar bem cuidados...” (RCNEI vl.3 69)

“Os tambores, que integram a categoria de membranofones — aqueles instrumentos em que o som é produzido por uma pele, ou membrana, esticada e amplificada por uma caixa —, podem ser utilizados no trabalho musical. São instrumentos muito primitivos, dotados de função sagrada e ritual para muitos povos e continuam exercendo grande fascínio e atração para as crianças. Os vários tipos, como bongôs, surdos, caixas, pandeiros, tamborins etc., estão muito presentes na música brasileira. É possível construir com as crianças tambores de vários tamanhos que utilizam, além da pele animal, acetato, náilon, bexigas, papéis, tecidos etc.” (RCNEI vl.3 74)

“A avaliação na área de música deve ser contínua, levando em consideração os processos vivenciados pelas crianças, resultado de um trabalho intencional do professor.” (RCNEI vl.3 76)

“O professor poderá documentar os aspectos referentes ao desenvolvimento vocal (se cantam e como); ao desenvolvimento rítmico e motor; à capacidade de imitação, de criação e de memorização musical. É recomendável que o professor atualize, sistematicamente, suas observações, documentando mudanças e conquistas.” (RCNEI vl.3 76)

“pode-se esperar que as crianças entre quatro e seis anos a reconheçam e utilizem-na como linguagem expressiva, conscientes de seu valor como meio de comunicação e expressão. Por meio da voz, do corpo, de instrumentos musicais e objetos sonoros deverão interpretar, improvisar e compor, interessadas, também, pela escuta de diferentes gêneros e estilos musicais e pela confecção de materiais sonoros.” (RCNEI vl.3 76)

“Uma maneira interessante de propiciar a auto-avaliação das crianças nessa faixa etária é o uso da gravação de suas produções. Ouvindo, as crianças podem perceber detalhes: se cantaram gritando ou não; se o volume dos instrumentos ou objetos sonoros estava adequado; se a história sonorizada ficou interessante; se os sons utilizados aproximaram-se do real etc.” (RCNEI vl.3 77) 

BIBLIOGRAFIA.

Livros:

SANTANA, Patrícia Maria de Souza. Orientações e Ações para Educação das Relações Étnico-Raciais: SECAD, 262 pg. Brasília, 2006. 

NASCIMENTO, Rita Gomes. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena: Conselho Nacional de Educação (CNE), 46 pg. Brasília, 2012.

Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. vl. 3 Conhecimento de mundo. 253 pg's. Brasília, 1998.

Sites:

Site:<<http://www.unicef.org/brazil/pt/overview_9489.htm>> texto: Histórico: UNICEF NO BRASIL.

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