CONTOS E ESTÓRIAS
MORRO
DAS AROEIRAS
As aves planavam livres na
imensidão azul que se estendia por todo Vale das Aroeiras, seus montes
abrigavam uma belíssima cachoeira que nascia próximo aos serrados mais
longínquos.
A dança contínua das aves embalavam as
melodias da gaita de Foezor, indígena do sudeste do Brasil, que via naquele
singelo lugarejo um motivo para sonhar, liberdade essa dos pássaros que bailam
no ar.
Próximo do rio funcionava
uma pedreira ilegal de um tal “senhorzinho Calcas”, sujeito esse impiedoso, de
olhar severo e desdenhoso. Adorava
açoitar seus empregados, esses viviam em regime semi-escravista; sem direitos,
sem descanso e ainda apanhavam por simplesmente reivindicar alguma coisa.
Foezor sabia que aquilo não
era a vida que tanto sonhou, e por tanto sonhar, recebia todo fim de tarde,
após jornada de trabalho exaustiva nas pedreiras, uma esplendorosasurra do
senhorzinho Calcas. Isso o entristecia muito, fazia-o lembrar, no ápice de sua
dor, das aves que de tão livres sibilavam no azul anil.
Quando o Sol escondia-se por
de trás dos morros das Aroeiras, significava a hora do divertimento do velho
Calcas.
_
Vamos verme mexa-se _ disse Sr. Calcas empurrando Foezor para próximo das
quedas d’agua. Caminharam juntos ao velho, seus severos capangas munidos de
suas espingardas garantiam a segurança ao rabugento.
Mal
chegaram ao local programado e covardemente, o velho apunhalou o índio pelas
costas, causando subitamente um sangramento em sua nuca.
_É
assim que você gosta não é?! – bradou o Sr. Calcas _ Só assim para você parar
de me encarar direto nos olhos, verme... Expressava toda sua irá contra o pobre
índio. Aproveitando-se desse momento o índio olhou demoradamente no fundo dos
olhos do velho, dizendo:
_Foi
última vez... Seu covarde!
Ninguém esperava por aquilo, o índio despertara toda raiva contida naquele impiedoso homem, que agora se preparava para desferir outra punhalada, mas para sua surpresa o índio dominou o taco em suas mãos e o fez refém, o velho ficou aterrorizado e seus capangas perdidos, porque senhorzinho Calcas havia ficado na mira das espingardas, dificultando o alvo, o índio.
Ninguém esperava por aquilo, o índio despertara toda raiva contida naquele impiedoso homem, que agora se preparava para desferir outra punhalada, mas para sua surpresa o índio dominou o taco em suas mãos e o fez refém, o velho ficou aterrorizado e seus capangas perdidos, porque senhorzinho Calcas havia ficado na mira das espingardas, dificultando o alvo, o índio.
_Foi
como planejei, vamos voar juntos como os pássaros... _disse Foezor, admirando o
esplendor daquele azul maravilhoso. Atirou-se segurando Sr. Calcas, tiros
atravessaram o ar sem sucesso, enquanto o velho caia de olhos fechados e
uivando como um lobo, Foezor abriu os braços e planou por segundos no ar.
Aquele momento se eternizou, ele parecia com as águias que voavam no ar, seus olhos
estavam calmos e serenos olhava para os morros e para as Aroeiras selvagens e
amigas. Juntara-se aos pássaros que tanto amava.
O
velho Calcas não teve a mesma sorte, caiu direto sobre suas pedreiras morrendo
subitamente, o índio, porem, conquistou a sua sonhada liberdade.
Dizem
que quando o Sol raia, as aves dançam no azul do céu e as Aroeiras balançam harmoniosamente,
é por causa da alegre música da gaita do índio, que só mesmo a morte explica,
um espirito livre e vivo.
Autor: Johnny Moraça
data: 27/09/12
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