As crônicas de Nárnia: A última batalha
Neste livro, se narram os últimos dias de Nárnia quando Tirian era rei em Cair Paravel. Tudo começa quando um velho macaco chamado Manhoso (que vivia no lado ocidental de Nárnia), juntamente com um
burro chamado Confuso, encontram uma pele de leão. Fazendo grandes planos, o macaco veste o seu amigo burro com a pele de leão, e passa a propagar as falsas notícias de que Aslam teria voltado e que ele seria o seu porta-voz.
O macaco então faz uma aliança com os calormanos que agora tinham a chance de conquistar as terras
de Nárnia. O rei Tirian flagra o desmatamento perto do Ermo do Lampião, sendo perpetrado pelos calormanos. Acaba se entregando após matar dois deles, e ao passar a noite amarrado a uma árvore, conseguiu pedir socorro aos amigos de Nárnia (todos aqueles que já haviam entrado em Nárnia, exceto Susana) que se encontram no nosso mundo.

Ambos ajudam o rei a combaterem os planos dos calormanos e do macaco, mas a confusão é instaurada
após o macaco pregar a ideia de que Aslam e Tash são a mesma coisa. Sem perceberem o que faziam, os
calormanos e o macaco acabaram por invocar o verdadeiro Tash.
Durante a luta, Jill, Eustáquio e Tirian são forçados a ir para dentro de um estábulo que na verdade era uma porta para a Verdadeira Nárnia, onde Pedro, Edmundo, Lúcia, Polly e o Professor Kirke estavam. Então Aslam aparece e decreta o fim de Nárnia, tirando as estrelas do céu, mandando dragões comerem as árvores, e por fim trazendo todos os habitantes justos e virtuosos de Nárnia para a Verdadeira Nárnia.
Na Verdadeira Nárnia encontram um calormano chamado Emeth, que apesar de ter seguido por toda a sua
vida a Tash, é reconhecido por Aslam como merecedor de um lugar ali, pois, apesar de ter praticado muitas boas obras em nome de Tash (e de ter servido-o com amor e fidelidade), só Aslam poderia aceitar o que ele tinha feito, porque Tash, que é mau, não podia aceitar coisas boas e resultantes
do amor.

Temas cristãos e polêmicas:
A Última Batalha aparece para finalizar o conjunto de paralelos bíblicos presentes em toda a série. Do mesmo modo que O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa está relacionado ao Evangelho, e O Sobrinho
do Mago com a Criação, este livro está relacionado com o Apocalipse, mostrando a destruição de Nárnia e a revelação da Verdadeira Nárnia, onde todos passariam a eternidade.
.
Há inclusive um paralelo entre o Anticristo e o velho macaco. Na Bíblia, o Anticristo é também chamado de falso profeta, papel que o velho macaco assume ao se dizer suposto porta-voz de Aslam, usando o inocente amigo burro para isso.
Também são tratados outros temas, como o julgamento, a morte, a salvação e a eternidade. Todos os
habitantes de Nárnia são julgados e apenas aqueles que são considerados justos e virtuosos ganham o direito de ir para a Verdadeira Nárnia através da porta aberta no ar por Aslam.
Lewis aborda questões delicadas sobre a salvação quando fala sobre Susana e o calormano Emeth. Susana não está presente na entrada para a Verdadeira Nárnia, pois, segundo o livro, não era mais amiga de Nárnia por estar mais interessada em lingeries, maquiagens e compromissos sociais.

Há também comentários de que os acontecimentos com Susana seriam um posicionamento machista por parte do próprio Lewis, o que não é muito justificado. Nos outros livros desta série, há personagens femininas centrais como Jill, Polly e Aravis, cujas descrições passam bem longe das ideias machistas.
O mais provável é que Lewis quis demonstrar o que os cristãos, fiéis a Jesus Cristo, iriam se perder ao abandoná-lo por seu próprio prazer.

Emeth tem a sua entrada para a Verdadeira Nárnia garantida pessoalmente por Aslam, apesar de ele ter confessado que seguiu e venerou Tash a vida toda. Assim Lewis traz a ideia da salvação universal, irrestrita, que é concedida diretamente por Deus e não segundo as prerrogativas dos homens. Concedendo um privilégio tão alto assim a um calormano, quebra-se parte da ideia de racismo. Lewis mostra que, como na crença cristã, se houver arrependimento por parte do pecador, há salvação.
No desfecho da última crônica é mostrado que as famílias podem ser eternas, sendo neste caso ilustrado pelos encontros das famílias dos reis e rainhas de Nárnia, e também da família dos Pevensie.
Comentários
Postar um comentário